segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Contextualização

- A obra de Rachel De Queiroz O Quinze fala do grande ano da seca que ocorreu no Ceará em 1915. Seca que ceifou milhares de vidas e fez muitas pessoas abandonarem seus lares em busca de promessas de uma vida melhor. Como no caso de Chico Bento e família.
Seria bom se esta fosse uma história que ficou no passado, mas a seca nordestina é algo que ocorre até hoje. A seca, além de ser um problema climático, é uma situação que gera dificuldades sociais para as pessoas que habitam a região. Com a falta de água, torna-se difícil o desenvolvimento da agricultura e a criação de animais.
Desta forma, a seca provoca a falta de recursos econômicos, gerando fome e miséria no sertão nordestino. Muitas vezes, as pessoas precisam andar durante horas, sob Sol e calor forte, para pegar água, muitas vezes suja e contaminada. Com uma alimentação precária e consumo de água de péssima qualidade, os habitantes do sertão nordestino acabam vítimas de muitas doenças.
O desemprego nesta região também é muito elevado, provocando o êxodo rural. Muitas pessoas assim como no romance, fugiram dessa seca acreditando que em outros estados teriam uma vida melhor.
Até hoje vemos muitos desse retirantes e seus filhos, muitos dos quais foram levados pequenos ou na barriga, querendo voltar para suas terras de origem e para seus familiares. Por não terem encontrado o que esperavam.
No entanto a volta deles também não é garantia de uma vida boa, pois a vida nos locais afetados pela seca depende de ações publicas assistencialistas devido à falta de desenvolvimento provocado pela seca. Mas há ações para diminuir seu impacto, como por exemplo, a construções de cisternas, açudes e barragens, Implantação de um sistema de desenvolvimento sustentável na região, a transposição do rio são Francisco.

- O romance entre Conceição e seu primo Vicente é cheio de desencontros e torna-se cada vez mais impossível pois existe grandes diferenças entre os dois. Conceição era uma professora da cidade muito ligada à seu estudos, gostava de ler livros feministas e socialistas para se aprofundar no assunto. Já Vicente era um rude trabalhador rural que persistia em permanecer no sertão tomando conta do gado, nunca quis estudar, pois achava desnecessário, mas no íntimo lamentava por isso e sentia-se inferior ao ver seu irmão formado e doutor na capital.
Vemos no livro outro ponto em destaque além da seca: a independência feminina. Conceição recebera educação, ganhava seu próprio dinheiro e não sentia vontade de casar, embora gostasse de Vicente, e chegou até a criar um afilhado, sozinha. A libertação feminina, vista pela perspectiva de uma sertaneja como uma alternativa de vida, é incomum já que a falta de conhecimento fazia a comunidade não tolerar esse tipo de pensamento. Isso se comprova ao analisar as críticas de mãe Nácia, avó de Conceição, que a aconselhava a casar e a ter uma vida comum como todas as outras mulheres ditas decentes. Mas ela queria mais do que o casamento lhe oferecia, acreditava que sua vida poderia ser mais bem aproveitada.

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